Por Valmir Colodrão
A Inteligência Artificial (IA) não é mais uma tecnologia do futuro; ela está moldando o presente de maneira decisiva. De transformações na forma como trabalhamos a novas formas de colaborar e inovar, a IA está remodelando mercados inteiros. Mas a grande questão é: sua empresa de transporte de passageiros está pronta para adotar uma mentalidade “IA em primeiro lugar” e explorar plenamente seu potencial?
Independente do setor, este é um dos tópicos mais discutidos no mundo corporativo atualmente, e não é difícil entender o motivo. Tenho lido bastante sobre o impacto da IA em diversos mercados, e os insights que obtive trazem reflexões profundas para o nosso setor rodoviário de passageiros.
Um Chamado à Ação
Um estudo recente da Avanade, que entrevistou mais de 3 mil executivos de negócios e TI ao redor do mundo, apresenta dados que não podem ser ignorados:
- 92% dos entrevistados acreditam que, para manterem a competitividade, suas empresas precisam adotar um modelo operacional baseado em IA nos próximos 12 meses.
- 95% dos funcionários demonstram otimismo em relação ao impacto da IA. No entanto, apenas 48% afirmam que suas empresas têm diretrizes específicas para o uso da tecnologia, apesar do potencial de reduzir até 20 horas da semana de trabalho dos colaboradores.
- Apenas 34% dos CEOs sentem que suas empresas estão à frente da concorrência na adoção da IA expondo um claro déficit de confiança.
Realidade Brasileira: Entre Desafios e Oportunidades
No Brasil, os números também evidenciam o longo caminho a percorrer. De acordo com o Cisco 2024 AI Readiness Index, em artigo publicado pela Forbes revelou que apenas 25% das empresas estão prontas para implementar a IA, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Os principais obstáculos incluem:
- Altos custos operacionais, falta de infraestrutura e escassez de mão de obra qualificada.
- Apenas 26% das organizações possuem GPUs (unidade de processamento gráfico) adequadas para suportar as demandas da IA, e menos da metade (49%) dispõe dos recursos necessários para proteger dados em modelos de IA.
Apesar disso, a pressão pela implementação da tecnologia é evidente: 57% das empresas sentem-se compelidas a adotar a IA, e 47% planejam destinar mais de 40% de seus orçamentos de TI para essa área nos próximos anos.
Como bem disse Jeetu Patel, diretor de Produto da Cisco: “Haverá apenas dois tipos de empresas: aquelas que são empresas de IA e aquelas que são irrelevantes.”
IA nas Empresas de Ônibus: Um Caminho Promissor
Esses dados provocam uma reflexão urgente: quantas oportunidades a IA pode trazer para sua empresa que ainda estão sendo adiadas?
Imagine sistemas que automatizam rotinas e monitoram automaticamente a manutenção preventiva de frotas, otimizam a eficiência operacional e antecipam problemas antes que se tornem críticos. Ou ainda, ferramentas que oferecem insights baseados em dados para estruturar planos de ações, melhorar a experiência do cliente e reduzir custos.
A IA não é apenas uma questão de tecnologia; trata-se de uma mudança cultural e estratégica. Segundo a pesquisa do MIT CISR, empresas com lideranças mais digitalmente capacitadas apresentam maior margem líquida, crescimento de receita e valorização. Isso destaca a importância de educar líderes para impulsionar a transformação.
Uma Jornada Contínua
A prontidão para a IA não tem ponto final; é uma jornada de aprendizado e evolução constante. Empresas que adotam um modelo operacional “IA em primeiro lugar” estarão mais bem posicionadas para experimentar, se adaptar e escalar suas operações de forma contínua, gerando valor de longo prazo.
No setor de transporte rodoviário de passageiros, a corrida para integrar a IA está apenas começando. Organizações que liderarem esse movimento não apenas sobreviverão, mas prosperarão, definindo novos padrões de eficiência e inovação.
Está na hora de decidir: sua empresa será uma líder ou ficará para trás nessa revolução?